Se você tem interesse em participar de um consórcio ou acabou de entrar em um, certamente já ouviu sobre os lances. O lance é a possibilidade de antecipar parcelas do consórcio a fim de adiantar a contemplação, obtendo a carta de crédito no ato – coisa que, pelos meios tradicionais, só ocorre quando se é sorteado. Todo consorciado tem o direito de fazer lances, sendo que existem quatro modalidades: o lance livre, o lance fixo, o lance embutido e o lance com recursos do FGTS.
Mas, antes de falarmos sobre os tipos de lances, é preciso entender como a oferta de lance funciona, e quando ela pode ser feita.
Em primeiro lugar, é importante ter em mente que todos os consorciados de seu grupo podem dar lances, então é necessário ter cautela na hora de fazer sua oferta, já que apenas o maior valor será contemplado. Para isso, a dica é prestar muita atenção em como o seu grupo funciona durante as assembleias (reunião mensal entre os consorciados de um grupo), e entender quais outras pessoas podem ter condições de ofertar lances semelhantes ou maiores ao seu.
A discussão sobre os lances e a realização deles ocorre mensalmente, em toda assembleia. Assim, outra estratégia válida é sinalizar sua intenção em dar um lance à empresa administradora do consórcio com antecedência, seja através de telefone, a mensagem ou conversando diretamente com seu consultor de negócios. Dessa forma, quando a pauta da discussão se encaminhar para os lances, sua proposta já será considerada.
Tipos de lance
- Lance fixo
O lance fixo, como o próprio nome sugere, é um valor pré-estabelecido pela empresa administradora no momento do contrato do consórcio, que costuma variar entre 15% e 30% da carta de crédito. Ou seja, se dentro das normas de um grupo com carta no valor de R$ 50.000,00 o lance fixo for de 20%, o consorciado deverá ter em mãos R$ 10.000,00 para fazer o lance.
Caso, numa mesma assembleia, mais de uma pessoa fizer um lance fixo, haverá um sorteio entre os interessados, definindo quem levará a carta de crédito para casa de maneira justa.
- Lance livre
O lance livre, por sua vez, indica que o consorciado pode oferecer qualquer valor, de 1% a 100%, como seu lance. Apesar disso, costuma existir uma porcentagem mínima pré-estabelecida para essa oferta – geralmente 10% -, que varia de caso para caso e será informada pela sua administradora do consórcio.
Nesse caso, se mais de um consorciado fizer um lance, ganhará aquele que ofertar a maior porcentagem. Caso os lances empatem, poderá haver um sorteio entre os envolvidos, ou a possibilidade de se realizar um novo lance, a fim de superar a oferta do concorrente.
- Lance embutido
No lance embutido, o consorciado oferta uma porcentagem do valor a ser recebido pela carta de crédito como meio de antecipar sua contemplação, “sacrificando” uma parte do prêmio a ser embolsado. Ou seja, se o cliente estiver disputando uma carta de R$ 50.000,00 e oferecer um lance embutido de R$ 10.000,00, ele receberá apenas R$ 40.000,00 no momento da contemplação.
A porcentagem de lance embutido permitido varia de um caso para outro, e é definido previamente pela administradora do consórcio, em concordância com os demais membros daquele grupo.
- Lance com recursos do FGTS
Já o lance com recursos do FGTS é exclusivo para consórcios de imóvel e funciona de forma ligeiramente diferente. Aqui, o consorciado pode ofertar seu Fundo de Garantia do Tempo de Serviço como lance para antecipar a contemplação. Se der certo, esse valor é subtraído da carta de crédito; ou seja, se o FGTS corresponder a quantia de R$ 10.000,00, e a carta de crédito for no valor de R$ 50.000,00, o consorciado receberá apenas R$ 40.000,00 no momento da contemplação – isso porque o valor do FGTS deverá ser pago diretamente para o proprietário do imóvel, e não à empresa administradora do consórcio.
Qual o melhor tipo de lance?
Diante de tantas opções, é comum se ter dúvidas sobre qual dos tipos de lance é o melhor. A resposta é: depende!
Cada opção de lance oferece diferentes benefícios, então a melhor opção varia de caso a caso. O lance embutido, por exemplo, é uma boa opção em casos em que o objetivo de compra do consorciado custa menos que o valor total da carta de crédito – desta forma, é possível oferecer uma grande porcentagem como lance, sem correr o risco de não conseguir realizar a compra por ter recebido uma quantidade inferior ao valor do produto.
Por exemplo, se o consorciado participa de um grupo cuja carta de crédito é de R$ 40.000,00 e deseja comprar um bem de R$ 30.000,00, ele pode ofertar um lance de R$ 10.000,00 sem ter qualquer prejuízo.
Já o lance com recursos do FGTS, que só pode ser usado no consórcio imobiliário, é uma ótima opção para quem possui um grande valor proveniente desse benefício e, dentro de seu planejamento financeiro, consegue destiná-lo para adiantar a aquisição do bem sem ter que reunir outros valores.
Lance livre e lance fixo: qual é melhor?
O lance livre e o lance fixo são bastante similares: ambos dependem de quanto dinheiro o consorciado consegue juntar para ofertar no momento da proposta. A diferença é que, no lance livre, corre-se o risco de outro consorciado ofertar um valor muito maior que o seu durante a assembleia, enquanto no lance fixo é possível saber quanto você precisa ter em mãos para realizar a oferta e garantir a conquista da carta de crédito.
Apesar disso, caso outra pessoa de seu grupo decida realizar um lance na mesma assembleia que você, será necessário realizar um sorteio entre os dois consorciados – ou seja, mesmo com o lance fixo, não há garantia de que seu lance resulte na contemplação.
Dessa forma, decidir por qual modalidade de lance se deve optar terá muito a ver com a condição financeira e tipo de estratégia de cada consorciado. Por isso, antes de se optar por qualquer um dos tipos de lance, é preciso conhecer bem os termos do contrato de seu grupo e fazer uma análise detalhada sobre os demais membros, para conseguir encontrar o melhor momento de fazer sua oferta.
Existem, é claro, algumas outras dicas para montar sua estratégia de lance. Por exemplo, não é aconselhado que se faça um lance logo que se entra em um consórcio, já que é preciso ter tempo para entender como funciona a dinâmica de seu grupo e quais as possíveis estratégias dos demais consorciados.
Ao mesmo tempo, é preciso entender que existem épocas do ano em que há maior ou menor concorrência dentro do consórcio. Geralmente, os meses de janeiro e fevereiro costumam ter menos ofertas de lance, enquanto o último trimestre do ano geralmente oferece maior concorrência.
Além disso, ofertar todas as suas economias no momento do lance pode não ser uma boa ideia, já que mesmo com o valor da carta de crédito em mãos, pode haver outras despesas fora o valor de aquisição de um bem, como taxas, reformas, registros e outras despesas.
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