Nos últimos anos, o cenário de investimentos no Brasil passou por grandes transformações. Com a alta dos juros, inflação e incertezas econômicas, os investidores buscam alternativas seguras e eficazes para proteger seu patrimônio e garantir rendimentos a longo prazo. Nesse contexto, o consórcio tem se destacado como uma modalidade de investimento estratégica, unindo planejamento financeiro e aquisição de bens ou serviços de forma programada e econômica.

  1. O Panorama Atual dos Investimentos no Brasil O mercado de investimentos brasileiro tem sido marcado por volatilidade e desafios. A taxa básica de juros (Selic), em torno de 13,75% ao ano em 2024, encarece o crédito e impacta diretamente o retorno de investimentos tradicionais. A inflação, embora mais controlada, ainda gera incertezas. Nesse cenário, modalidades mais seguras, como o consórcio, têm se destacado como uma alternativa viável para quem busca preservar e expandir seu capital de forma mais estável.
  2. Números do Setor de Consórcios no Brasil Segundo a ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), o setor de consórcios cresceu 17% em 2023, alcançando a marca de R$ 500 bilhões em créditos comercializados. No primeiro semestre de 2024, foram contabilizados mais de 8 milhões de consorciados ativos, um crescimento de 9% em relação ao mesmo período de 2023. Esse aumento reflete a crescente demanda por alternativas de investimento e aquisição planejada, especialmente nos segmentos de imóveis e veículos pesados, onde o consórcio tem sido amplamente utilizado.

Consórcio de Imóveis: Somente no segmento de imóveis, o crescimento foi de 12% em 2023, com mais de R$ 200 bilhões em créditos concedidos. O aumento da demanda reflete a busca por investimentos mais estáveis em um setor tradicionalmente valorizado.
Veículos Leves e Pesados: No segmento de veículos, tanto leves quanto pesados, o consórcio apresentou um aumento de 14% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 150 bilhões em créditos. Isso indica que, além da aquisição de bens, o consórcio está se consolidando como uma ferramenta de planejamento de longo prazo para investidores.

  1. Comparação com Financiamento O financiamento, outra opção comum para aquisição de bens, se tornou menos atraente em comparação ao consórcio, especialmente em um ambiente de juros altos. Aqui estão alguns pontos de comparação:

Taxas de Juros: O financiamento de imóveis, por exemplo, pode ter taxas que variam entre 9% a 12% ao ano, dependendo do banco e das condições do crédito. No consórcio, por outro lado, o participante não paga juros, apenas uma taxa de administração, que geralmente varia entre 15% e 20% sobre o valor total do bem, diluída ao longo do período do consórcio. Em um financiamento de longo prazo, como 30 anos, os juros acumulados podem resultar em um custo adicional significativo, enquanto no consórcio, o custo é mais previsível e controlado.

Custo Total Efetivo (CET): No financiamento, o Custo Efetivo Total inclui não apenas os juros, mas também seguros e outras taxas, elevando ainda mais o valor final pago pelo consumidor. No consórcio, apesar de haver a taxa de administração, o CET tende a ser mais baixo, o que reduz o valor final desembolsado.

Flexibilidade: O consórcio permite que o consorciado tenha mais controle sobre o momento da compra, podendo optar pela aquisição do bem no melhor momento do mercado. Já no financiamento, a compra é imediata, o que pode ser uma desvantagem em tempos de instabilidade econômica.

Consórcio: Um Modelo de Investimento Diferenciado Embora tradicionalmente visto como uma forma de adquirir bens, o consórcio tem sido cada vez mais utilizado como uma ferramenta de investimento. No caso do consórcio de imóveis, por exemplo, o consorciado pode adquirir propriedades que tendem a se valorizar ao longo do tempo, sem a necessidade de pagar juros altos. A valorização de imóveis em áreas estratégicas pode gerar um retorno significativo, especialmente em mercados emergentes.

Além disso, o consórcio também é uma forma de investir em patrimônio com menos impacto no fluxo de caixa mensal, uma vez que as parcelas são menores e distribuídas ao longo de anos, permitindo uma melhor gestão financeira.

  1. Crescimento e Tendências do Consórcio no Brasil O consórcio continua atraindo investidores e consumidores que buscam fugir das altas taxas de juros do financiamento. A tendência é que o setor continue crescendo, especialmente nos segmentos de imóveis e veículos, devido à sua proposta de compra planejada e flexível. Além disso, o aumento do número de consorciados ativos indica que mais brasileiros estão aderindo a essa modalidade não apenas para consumo, mas também como uma estratégia de investimento.

Conclusão: O consórcio tem se consolidado como uma alternativa segura e eficiente para quem deseja investir de forma consciente e com planejamento financeiro bem estruturado. Comparado ao financiamento, o consórcio apresenta custos mais previsíveis e vantagens em termos de flexibilidade e ausência de juros. Com o crescimento expressivo do setor e a adesão cada vez maior de investidores, o consórcio se posiciona como uma das tendências mais promissoras no mercado de investimentos no Brasil.